Marujo de primeira viagem, ansioso pelo mar, enjoa já no subir da âncora.
Digo para não ter pressa, mas toma tento: lá será preciso muito mais do que apenas se dizer ser.
Muitos falam, mas sobrevive quem é.
Agora é em pouco tempo e eu não ficaria feliz por isso: pra quem nunca encarou o mar, o pouco tempo é o que resta para aprender e praticar tudo o que se precisa. E no mar, eu só cuido do convés - os marujos são grandes e cuida de si. Se cuidam dos outros, é uma escolha que fazem. Mas não cuido de ninguém.
Se cair no mar, não serei eu a jogar uma corda. Se voltar a bordo, não perguntarei se estás bem. Se morreres depois disto, nem o trabalho de jogar o corpo às águas terei.
Nesse pouco tempo que resta, eu procuraria entender o que isso significa. E desistir, se entendo e não me apraz.